A audição do caso da detenção de Manuel Chang na África do Sul foi retomada nesta quinta-feira, 24, no tribunal distrital de Kempton Park, em Joanesburgo.
A defesa, que tinha abandonado o pedido de caução para Chang aguardar o julgamento em liberdade condicional, voltou a introduzir a proposta, alegando que ele pode viver em Malalane, uma vila sul-africana que dista 45 quilómetros da fronteira com Moçambique.
Para a defesa, em Malalane o também deputado da Frelimo podia ser visitado pela família sempre que quisesse.
Entretanto, a Procuradora da República, Elivera Dreyer, refutou o pedido e disse que, estando emMalalane, Manuel Chang pode fugir para Mocambique, país com o qual os Estados Unidos não têm qualquer acordo de extradição.
Outro argumento apresentado pela defesa é que Chang sofre de diabetes e precisa de melhores cuidados, tendo o Ministério Público respondido que na cadeia de Modderbee, em Benoni, há condições para reclusos com problemas de diabetes, nomeadamente alimentação e prática de actividades desportivas.
A acusação apresentou o testemunho de uma enfermeira a confirmar as condições da prisão.
Nas alegações, o Ministério Público revelou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) de Moçambique pediu a transferência e não a extradição de Chang e questionou por exemplo, o facto de as autoridades de Maputo não terem instaurado qualquer processo crime contra Manuel Chang até agora.
O Ministério Público concluiu que se Manuel Chang regressar a Moçambique, a justiça sul-africana nunca mais poderá julgá-lo.
A audição do pedido de caução prossegue na próxima quinta-feira, 31, e até lá Manuel Chang continua sob detenção na cadeia de Modderbee, em Joanesburgo.
Refira-se que no tribunal notou-se um reforço na segurança de Chang, que desta vez foi integrada por seis agentes da Polícia sul-africana altamente armados.