O antigo ministro angolano dos Transportes, Augusto Tomás, chorou em tribunal na terça-feira, 11, quando alegou estar a enfrentar dificuldades no sustento da sua família porquenão recebe salários,nem do organismo governamental param o qual trabalhava nem como deputado à Assembleia Nacional.
Your browser doesn’t support HTML5
Entretanto, analistas consideram “uma encenação” as declarações do antigo ministro dos Transportes, Augusto Tomás, segundo as quais a família já não tem o que comer por causa do bloqueio às suas contas bancárias.
Veja Também Declarações do antigo ministro angolano dos Transportes provoca reacções e cepticismoAcusado pelo Ministério Públicode crime de peculato durante o tempo em que dirigiu o Conselho Nacional de Carregadores (CNC), adestrito ao Ministério dos Transportes, Augusto Tomás declarou numa das audiências que não precisava de se apropriar do dinheiro público por que era dono de mais de 40 imóveis adquiridos através de um empréstimo bancário na ordem de 60 milhões de dólares.
Na altura, reiterou que tinha organizado a sua vida financeira em 1992, antes de assumir funções governativas.
Mas agora Tomás afirmou no tribunal não ter dinheiro para pagar as propinas dos colégios onde estudam os seus filhos.
As declarações do ainda deputado mereceram várias reacções e debates em Luanda.
O analista João Lukombo Nza Tuzola considera que as declarações do antigo governante deixa a sociedade angolana sem saber “no que acreditar”, porque publicamente não se conhece qualquer declaração dos seus bens antes de assumir cargos públicos.
Por sua vez, o jornalista Ilídio Manuel entende que tudo não passa de “uma encenação visando influenciar o tribunal” sobre eventuais responsabilidades criminais a que possa vir a estar sujeito.
Detidoa 20 de Junho de 2018, Augusto Tomás viu também ontem negado um pedido de alteração da medida de coacção feito pela sua advogada por uma alegada “tendência de violação de direitos fundamentais”.
O ex-governante e mais quatro co-arguidos estão indiciados nos crimes de peculato, violação de normas de execução de orçamento e abuso de poder na forma continuada.