Décimo terceiro vencimento divide sindicatos e patronato

Metical, moeda de Moçambique

Os sindicatos dizem que os salários dos cidadãos já são muito baixos; o patronato quer manter e congelar progressões nas carreiras profissionais.

A poucos dias do final do ano, em Moçambique ainda em debate o pagamento do 13º vencimento. No centro do debate, a crise financeira. Há vozes que sugerem que o corte salarial pode aliviar as despesas.

As opiniões divergem relativamente à necessidade do governo moçambicano congelar os aumentos salariais em 2018 e suspender o 13º vencimento, para enfrentar os desequilíbrios provocados pela crise económico-financeira.

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Décimo terceiro vencimento divide sindicatos e patronato

Os sindicatos dizem que os salários dos cidadãos são muito baixos, pelo que, independentemente da crise, têm que aumentar. O patronato defende não só o congelamento dos aumentos salariais, mas também das progressões nas carreiras profissionais.

"O salário do funcionário público é muito baixo e os próprios dirigentes só conseguem sobreviver, porque têm regalias extras e esquemas de corrupção; se o governo não aumentar os salários, vai ter que gerir as consequências dessa decisão", disse Rudolfo Fernando do comité sindical na empresa Machava Construções

Os sindicatos argementam que o importante é eliminar as causas da presente situação e lembram que muitas empresas e instituições públicas já não pagam regularmente os salários dos colaboradores.

O presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique, Agostinho Vuma, diz que no âmbito da política de austeridade defendida pelo ooverno, "é necessário ir a fundo das reformas, introduzindo medidas como o congelamento dos aumentos salariais no próximo ano e suspensão do 13º mês".

O analista Julião Cumbana defende que o 13º vencimento tem que ser pago, porque não é isso que danifica o orçamento, mas sim as regalias para os dirigentes da função pública, magistrados e deputados.

Entretanto, a unidade de análise da revista britânica "The Economist", afirma que mesmo que o governo se comprometa com aumentos no sector público, as dificuldades de financiamento sugerem que os atrasos vão provavelmente continuar a acumular-se em 2018 e 2019.

O ministro moçambicano da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, disse que o Governo estava ainda a avaliar a situação.