O deputado independente da UNITA, David Mendes, anunciou para esta terça-feira,3, a sua retirada formal da bancada parlamentar por alegadas “divergências de pensamento”, com o presidente do partido, Adalberto Costa Júnior.
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Em declarações à TV Zimbo, Mendes fala de imposição de censura às suas intervenções no Parlamento.
Terá também pesado para a esta decisão o facto de, supostamente, a direcção da UNITA não ter oficialmente manifestado solidariedade diante das ameaças de morte que David Mendes afirma terem sido proferidas por jovens manifestantes.
"Eu não compartilho com pessoas que não têm tolerância. Não compartilho com pessoas que aplaudem quem é ameaçado de morte e não há solidariedade. Muitos dirigentes e deputados da UNITA falaram comigo e mostraram a sua solidariedade, mas faltou solidariedade do partido", referiu David Mendes, acrescentando ainda que "a vida não tem preço e a minha família não está disposta a perder alguém por um partido que acha que quem tem opiniões diferentes deve ser eliminado fisicamente"
Mendes foi criticado por jovens por se ter manifestado contra o apoio da UNITA à abortada manifestação do dia 24 de outubro em Luanda.
O antigo presidente do partido com maior representação parlamentar, Isaías Samukuva, já lamentou a saída mas afirmou que decisões do género “devem ser respeitadas”.
Entretanto, para o chefe-adjunto da bancada parlamentar da UNITA , Maurílio Luyele, o deputado David Mendes pode ter o que descreveu de“outras agendas a cumprir”.
Entretanto, o analista Ilídio Manuel disse que David Mendes “há muito vinha dando sinais de que iria abandonar o grupo parlamentar da UNITA”.
Mendes é advogado e fundador da associação cívica "Mãos Livres" e continuará no Parlamento como deputado independente.