O único grupo de dança rebita de Angola, "Novatos da Ilha de Luanda", comemorou no sábado, 31 de Outubro, 61 anos de existência. Em seis décadas de vida o grupo tem passado por muitas dificuldades, ao ponto de hoje correr sérios riscos de desaparecer.
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O fundador do grupo "Novatos da Ilha", Bartolomeu Manuel Napoleão "Jaburú", defendeu a pertinência de se divulgar mais o estilo rebita, pelo facto dela representar uma referência do mosaico cultural nacional
Insatisfeito, Cândido de Almeida, antigo bailarino do grupo, hoje aposentado, refere que muito ainda há por fazer para imortalizar a rebita, desde que haja vontade e empenho de todos, particularmente do Ministério da Cultura.
No passado, era dançada na rua, nas tardes de recreio e nas noites de luar, emigrando mais tarde para as guitarras virtuosas de Liceu Vieira Dias, José Maria e Nino Ndongo, por um processo de imitação rítmica da percussão, dando origem ao semba. “A verdade é que corre o risco de desaparecer como muitas outras manifestações culturais, caso não haja uma pronta intervenção”. Desabafa Horácio Dá Mesquita Vice Presidente dos "Novatos da Ilha.
O grupo de rebita Novatos da Ilha é o vencedor do Prémio Nacional de Cultura e Artes 2015 na categoria de dança.
O presidente do corpo de jurado, António Fonseca, informou que o grupo foi nomeado pelo trabalho que vem fazendo, já que ao longo do seu percurso tem conseguido não só preservar como também introduzir inovações nas suas coreografias, mantendo no entanto a estrutura base do género.
Fundado há 61 anos, na Ilha de Luanda, o grupo "Novatos da Ilha" tem apostado na preservação e divulgação deste estilo de dança e nos valores herdados dos antepassados, transmitindo-os a nova geração de bailarinos que vai-se inserindo no género.
A massemba, ou rebita, é uma dança popular de umbigada, executada por casais de dançarinos, é plural do semba, nome que veio a designar o género musical mais representativo da região de Luanda.