Cólera espalha-se a Angola, Etiópia, Sudão e Moçambique

  • AFP
    VOA Português

A cólera em Angola já provocou a morte de 180 pessoas desde 7 de janeiro, quando foi declarado o surto.

Até 23 de fevereiro, o número de casos chegou a 4.914 em 12 províncias, com o Uíge a juntar-se à lista das 11 regiões já afetadas.

O Ministério da Saúde revelou que apenas no fim-de-semana foram notificados mais 197 casos, e 14 mortes.

O surto de cólera que assola a província de Nampula, norte de Moçambique, desde Outubro do ano passado alastrou-se, nos últimos dias, ao distrito de Murrupula.

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O Ministério da Saúde informou nesta segunda-feira, 24, que nas últimas horas foram diagnosticados 21 novos casos, há 10 pessoas internadas, mas sem registo de qualquer óbito.

Desde outubro, o novo surto de cólera provocou 29 mortes, em 515 pessoas que contraíram a doença. A taxa de letalidade é de cerca de 5.6 por cento.

No oeste da Etiópia, o surto de cólera matou 15 pessoas e afectou mais de 200 este mês, disse uma autoridade regional de saúde na sexta-feira, apelando a mais medicamentos.

Várias regiões da Etiópia e de outros países africanos têm combatido surtos de cólera nas últimas semanas, incluindo o Sudão e Angola.

"Quinze pessoas morreram e temos 234 casos desde o início de fevereiro", disse à AFP Nigiw Gillo, responsável de emergências do departamento de saúde da região de Gambella.

"A situação ainda não está controlada e não temos medicamentos suficientes neste momento, por isso estamos a pedir aos nossos parceiros que os forneçam", disse Nigiw Gillo.

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A cólera causa diarreia grave, vómitos e cãibras musculares e é geralmente contraída através da ingestão de alimentos ou água contaminados com a bactéria, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.

O relatório afirmou que o número de casos de cólera notificados aumentou 13% em 2023 em relação ao ano anterior, com as mortes pela doença a aumentarem mais de 70%.

A cólera vai matar 4.000 pessoas em 2024, apesar de ser "prevenível e facilmente tratável", disse o responsável da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, no ano passado.