O Panamá acolhe hoje e amanhã, 10, e 11, a 7ª. edição da Cimeira das Américas, a primeira em que participa o chefe de Estado de Cuba. Essa participação acontece depois de os Estados Unidos terem decidido negociar o restabelecimento de relações diplomáticas com Havana. Entretanto, até o início da Cimeira, estava em causa a declaração final porque ontem os ministros dos Negócios Estrangeiros não chegaram a nenhuma conclusão.
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O grande obstáculo para a redacção de um comunicado final que seria assinado amanhã pelos Chefes de Estado partiu da Venezuela. A ministra das Relações Exteriores de Caracas, Delcy Rodriguez, quis incluir no texto uma condenação às sanções norte-americanas a sete funcionários do país.
A tensão entre os Estados Unidos e a Venezuela, acirradas após Washington declarar que Caracas é uma "ameaça", deve ser protagonista da cimeira de presidentes, que começa hoje.
Por outro lado, o evento também é um marco por reunir, pela primeira vez em meio século, representantes de Cuba e dos Estados Unidos. Corre-se o risco de como em três outras cimeiras não haver uma declaração final.
Entretanto, o professor de Relações Internacionais da Universidade Paulista Ricardo Luigi, acredita que a cimeira pode ser relevante.
A Cimeira das Américas de 2015 terá momentos considerados importantes, mesmo às margem da reunião.
Um deles é encontro entre Dilma Rousseff e Barack Obama. O Brasil, que se encontra actualmente com sérios problemas internos, como os escândalos da empresa Petrobrás e estagnação económica, irá usar a reunião com o Presidente dos Estados Unidos para melhorar sua imagem, segundo o professor Ricardo Luigi.
Outro importante momento será a aproximação entre Cuba e Estados Unidos.
Ontem, os chefes da diplomacia John Kerry e Bruno Rodriguez reuniram-se num encontro considerado proveitoso e longo. Embora não haja previsão de encontro bilateral entre Barack Obama e Raul Castro, os dois líderes podem ter alguma interacção.
A grande dúvida no entanto prende-se com o comportamento do Presidente da Venezuela Nicolás Maduro, que tem atacado recentemente os Estados Unidos por ter imposto sanções a importantes funcionários do país.
O professor de Relações Internacionais da Universidade Paulista Ricardo Luigi considera que apesar das divergências os dois países continuarão a conversar.
A Cimeira das Américas termina amanhã, dia 11.