O Papa Francisco apresentou-se como campeão dos pobres e abandonados, e instou os líderes mundiais a adoptarem soluções concretas para combater a guerra, a pobreza generalizada e a destruição económica.
Três grandes capítulos do discurso do Papa
1. Expôs a sua visão moral para um mundo mais justo, argumentando a favor de uma série de "direitos sagrados", incluindo trabalho, terra e habitação digna.
2. Identificou problemas que exigem uma resolução urgente: tráfico de drogas, a corrida armamentista nuclear e a perseguição dos cristãos e de outras minorias religiosas.
3. Fez propostas aos líderes mundiais que estão reunidos a partir de hoje na Assembleia Geral das Nações Unidas.
Cinco realidades que têm de mudar
1.O mundo é governado por elites poderosas: Os países pobres não têm uma presença real na Organização das Nações Unidas e os pobres não têm voz em programas internacionais de ajuda humanitária e projectos. Ele defendeu a presença de países pobres no Conselho de Segurança da ONU.
2. Líder que falam e não ouvem: Os líderes mundiais só falam e não ouvem as pessoas que, na verdade, estão a sofrer e quando decidem fazem-no sem ouvir as pessoas afectadas.
3. ONU usada para outros fins que não o bem: Apesar de elogiar a ONU como um instrumento importante para o bem, o Papa também observou que alguns países não identificados têm sido capazes de manipular o organismo internacional, utilizando-o "para mascarar fins espúrios.
4. Unidos por medo e desconfiança: As armas nucleares são pobres instrumentos de paz e, segundo Francisco, são uma afronta às Nações Unidas.
5. Apesar dos tratados, ninguém os respeita: Os líderes mundiais podem elaborar todos os tratados e programas que eles querem, mas não há meios eficazes para controlar o seu cumprimento. Eles transformam-se em papeis inúteis, disse Francisco.
"O futuro exige de nós decisões críticas e globais face aos conflitos em todo o mundo, que aumentam o número de excluídos e necessidades", apelou o Papa.
As propostas de Francisco
O desenvolvimento sustentável dos países é a grande agenda do Papa que deixou três sugestões aos líderes mundiais:
1. Justiça: Ele defendeu a criação de um sistema jurídico para regular reivindicações e interesses que limitem as potências e dê voz a todos.
2. Direito ao ambiente: O Papa disse que qualquer dano causado ao meio ambiente é um mal contra a humanidade.
3. As decisões têm de ser vinculativas: Os compromissos solenes não são suficientes se não resultarem em soluções.
4. Sacrifício para o bem comum: O Papa disse que o mundo necessita de um renovado sentido de sacrifício para o bem comum e solidariedade entre as raças, religiões, ricos e pobres, poderosos e impotentes.