Em Moçambique, pelo menos 2.900 empresas faliram, nos últimos dois anos, devido à crise económico-financeira que afecta o país, resultante, fundamentalmente, do corte do apoio internacional ao Orçamento de Estado.
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O encerramento dessas empresas teve impacto directo na colecta de receitas para o Estado, entre outros de carácter social, uma vez que houve pessoas que perderam os seus postos de trabalho.
A presidente da Autoridade Tributária de Moçambique, Amélia Nakare, disse que o facto de alguns indicadores macro-económicos terem ficado bastante empolados, como por exemplo a inflação que se situou acima de 18 por cento, reduziu a capacidade de consumo das famílias, o que significa menor capacidade de cobrança do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA).
Por outro lado, o Banco de Moçambique implementou uma política monetária restritiva para assegurar que as taxas de câmbio e de inflação regredissem, com vista a uma estabilidade macro-económica, mas isso teve implicações sobre a taxa de juros, dado que resultou numa menor concorrência ao crédito para a economia e, por conseguinte, menos investimento.
Amélia Nakare disse que o governo foi forçado a adoptar uma política fiscal restritiva, para reduzir a sua despesa, e isso teve graves implicações nas empresas, muitas das quais "são satélites do Estado".
Afirmou que "quando o Estado não executa as despesas, enfraquece o sector privado e isso aconteceu. Nós verificamos que em 2016, cerca de 900 empresas entraram em falência. O mesmo aconteceu em 2017, em que cerca de duas mil empresas entraram em falência".