Crise financeira na imprensa angolana leva empresas de comunicação ao tribunal

Jornal Nova Gazeta (Foto de Arquivo)

A crise imposta pela paralisação da economia angolana devido à pandemia da Covid-19 afeta todos os setores e principalmente a imprensa.

Na verdade, a crise financeira nos órgãos de comunicação social arrastava-se há muito e agravou-se subitamente com a pandemia, que reduziu drasticamente a capacidade financeira dos órgãos.

As altas taxas de impressão de jornais e a escassez de publicidade, a maior fonte de receitas da imprensa privada, forçaram o encerramento de algumas publicações em Luanda e outras tiveram que despedir trabalhadores.

O Grupo Medianova, dono da Rádio Mais, o jornal o País e a TV Zimbo, despediu recentemente 30 profissionais, que levaram a empresa às barras dos tribunais.

Na tentativa de uma conciliação entre as partes, o Ministério Público marcou para os 14 e 16 de julho dois encontros.

Teixeira Cândido, secretário-geral do Sindicado dos Jornalistas Angolanos (STA), lamenta o fato de muitos órgãos estarem a despedir trabalhadores nos últimos dias.

“O que sabemos na verdade é que além da Medianova, existem outros órgãos a despedir trabalhadores”, acrescentou Cândido, que revelou manter contatos com o ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação à espera de uma resposta a uma carta enviada ao Presidente da República a pedir apoios à imprensa.

O último encontro foi realizado há mais de 20 dias e ainda não houve qualquer resposta.