Covid19: "Isto é uma guerra", diz primeiro-ministro de Cabo Verde ao impor quarentena a uma ilha

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Ulisses Correia e Silva

O Governo de Cabo Verde colocou em quarentena a ilha turística da Boa Vista até o dia 4 de Abril, depois de um cidadão inglês ter dado positivo ao teste do novo coronavirus.

"Isto é uma guerra", afirmou o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, em conferência de imprensa nesta sexta-feira, 20, na cidade da Praia.

Antes, o ministro da Saúde, Arlindo do Rosário, também em conferência de imprensa mas sem direito a perguntas dos jornalistas, tinha anunciado quarentena às 850 pessoas, entre elas 210 funcionários, que estão no hotel onde se encontrava hospedado o turista.

A partir de agora, de acordo com o primeiro-ministro, a ilha ficará sem ligações aéreas ou marítimas à exceção de situações sanitárias, evacuações de doentes e situações de emergências e de repatriamento.

Ao anunciar as medidas, Correia e Silva pediu calma, dizendo que "o pânico não ajuda".

“Devemos cumprir instruções de distanciamento social. Não vão a festas, não vão ao mar. Fiquem em casa”, completou o Chefe do Governo cabo-verdiano.

O resultado positivo, o primeiro no país, foi confirmado na quinta-feira, 19, à noite pelo ministro da Saúde, Arlindo do Rosário.

O turista inglês, de 62 anos chegou ao país no dia 9 e no dia 16 " iniciou um quadro respiratório, com tosse e febre", revelou o comunicado divulgado pelo ministro.

Hoje, Rosário garantiu que não há casos suspeitos no hotel, que está cercado por forças de segurança para evitar a entrada e saída de pessoas.

Reforço no combate ao Covid19

Arlindo do Rosário anunciou ainda o envio de uma equipa de técnicos de saúde para a ilha da Boa Vista para reforçar a estrutura local e meios materiais e ainda a montagem de uma estrutura de campanha da Protecção Civil na ilha.

Por seu lado, o presidente da Câmara Municipal mostrou-se preocupado com um grupo de pessoas que chegou do estrangeiro e está em casa, alegadamente em quarentena voluntária, o que ele disse “não estar de acordo”.

José Luís Santos pediu também calma e que as pessoas sigam a recomendação das autoridades.