Guiné-Bissau prorrogou, pela quarta vez, o estado de emergência, mas com a abertura das fronteiras e retoma dos transportes públicos, isto numa altura em que o país lidera a lista de número de infetados pelo COVID-19 a nível dos PALOP’s.
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A última atualização aponta para 1178 infectados, dentre os quais, 42 recuperados e sete mortes.São dados que estão a suscitar alguma preocupação no meio da população guineense, com algumas vozes a questionar a eficácia de estratégias adoptadas pelas autoridades.
O médico guineense, Anaxore Cardoso Casimiro, sugere o aumento da testagem identificação de doentes e capacidade de tratamento.
“Nós temos cerca de 770 testes por um milhão de habitantes e há países que estão a testar muito mais. É o exemplo do nosso vizinho do Senegal que está a testar cerca de duas mil pessoas por milhão de habitantes”, diz Casimiro.
O medico considera, por outro lado, que a pandemia do COVID vem, de certa forma, impor a necessidade de a Guiné-Bissau reforçar o seu sistema nacional de saúde para futuras situações similares.
“Podemos evacuar doentes ou podemos ser tratados em diferentes países, no estrangeiro (...) quando chega uma situação destas não é aplicável”, diz.
O encerramento de fronteiras, diz Casimiro, “é um ensinamento de que é preciso um investimento grande no nosso sistema nacional de saúde para as futuras epidemias ou pandemias”.
Reabertura de fronteiras
Contudo, para regulamentar o decreto de Umaro El Mocktar Sissoco Embaló, o Governo de Nuno Gomes Nabian determinou, a partir de hoje, 27, a reabertura de todas as fronteiras do país, condicionando a entrada de qualquer pessoa, mediante apresentação de certificado negativo a COVID-19.
Sobre esta questão, a ativista social guineense, Cadija Mané, diz que “posso fazer o teste hoje e dar negativo, mas um dia antes de viajar, posso estar contaminada. E até pode ser no avião durante a viagem. Portanto, sobre isso há vários aspectos discutíveis”.
Ainda ao nível interno, além dos estabelecimentos comerciais, o executivo de Nabian autorizou a circulação de táxis e transportes públicos, entre 7:00 e 18:00 horas, período do início do recolher obrigatório, sob condição do respeito de distanciamento social e uso obrigatório de máscaras.
“Havendo esta extensão do horário e complementado com os transportes públicos a funcionarem, tendencialmente a aglomeração das pessoas será diferente. Não será daquela enchente de todos a mesma hora”, diz Mané.