Analistas moçambicanos têm opiniões diferentes sobre um eventual regresso à normalidade, numa altura em que os números de casos continua a aumentar, e o Governo apela aos moçambicanos para prepararem-se para um novo normal, ou seja para conviverem com virus.
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Nesta quarta-feira, 29, termina a terceira prorrogação do estado de emergência aprovado por decreto presidencial e relacionado com as medidas de prevenção da Covid-19.
O analista é advogado Baltazar Fael considera que findo este período, espera-se que Filipe Nyusi seja ponderado, não se deixando influenciar por opiniões que sugerem a adoção de novo estado de emergência.
“A questão das infeções que tem vindo a aumentar e por outro a precariedade da vida que aconteceu com as pessoas a perderem emprego, fecho de empresas e redução da produção, isto é que deve se ver para que o Chefe de Estado decida o que vai fazer,” diz Fael.
Para o médico e investigador Jorge Matine as medidas anteriormente adotadas foram no sentido de preparar o sector de saúde a dar resposta à pandemia, não se sabendo qual é o grau de preparação.
“Agora o que se impõe como desafio é poder apresentar até que ponto o sistema de saúde está preparado para essa nova realidade, não vai estar a 100%, tendo em conta as patologias associadas à Covid-19,” disse Matine.
Nas últimas comunicações, Nyusi pediu aos moçambicanos para prepararem-se para conviver com “um novo normal”, tendo em conta que a pandemia está longe de fazer parte da história.
Adriano Nuvunga, diretor do Centro para a Democracia e Desenvolvimento, diz que “não há uma compreensão do que significará este novo normal na sociedade moçambicana, tendo em conta as condições a que ela se encontra”.
Diz Nuvunga, que “o Estado moçambicano tem estado a continuar com uma política de avestruz, de esconder a cabeça ao problemas e deixar o rabo de fora, então nesse sentido é prematura pensar-se num novo normal”.