Corrupção incentiva a caça furtiva em Moçambique

Elefantes, Gilé, Moçambique

Os caçadores furtivos já usam silenciadores nas armas e até visão nocturna; Elefantes em risco.

A Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) diz que a corrupção, a falta de aplicação da lei e a porosidade nas fronteiras, incentivam a acção dos caçadores furtivos, que estão a dizimar a fauna bravia em Moçambique.

No âmbito do Dia Internacional do Fiscal de Florestas e Fauna Bravia, o director dos Serviços de Fiscalização da ANAC, Carlos Lopes, diz que a caça furtiva continua a ser uma questão muito preocupante nas 14 áreas de conservação de Moçambique.

"Temos uma situação muito delicada do ponto de vista das espécies protegidas, em particular o elefante, o rinoceronte, o pangolim e o leão, que estão a ser dizimados (...) a perda de 48 por cento do efectivo nacional é significativa", desabafa Carlos Lopes.

Moçambique possui cerca de 1200 fiscais, dos quais 623 são do sector público, mas o ideal seriam 2500, para fazer face à acção dos furtivos, organizados em sindicatos que integram moçambicanos e estrangeiros.

Lopes afirma ainda que a acção dos furtivos "é facilitado pela porosidade que existe nas nossas fronteiras, corrupção, falta de rigor na inspecção e pela fraca aplicação da lei no país".

Os furtivos já usam silenciadores nas armas e até visão nocturna, diz Lopes que lamenta a actuação da justiça no contexto da luta contra a caça furtiva.