Em Moçambique, analistas defendem que deve haver vontade política para que o Gabinete Central de Combate à Corrupção seja autónomo e independente, de modo a que possa investigar casos que envolvam pessoas de topo, ao nível da administração pública e do poder político.
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Organizações da sociedade civil e imprensa moçambicanas têm vindo a dar conta do aumento da corrupção no país, em alguns casos, envolvendo destacadas figuras da elite politica.
Mas o Gabinete Central de Combate à Corrupção diz haver progressos na luta contra este fenómeno, estimando em mais de 800 o número de casos denunciados e investigados em 2014, um incremento de 100 por cento relativamente ao ano anterior.
Segundo aquele gabinete, de forma regular, são divulgadas estatísticas do trabalho que se leva a cabo naquele sector, mas o jurista Baltazar Fael diz que esses dados são referentes apenas à pequena corrupção.
Fael referiu que ao nível da exploração de recursos naturais, a corrupção é muito mais sofisticada porque há tráfico de influência e conflitos de interesse ligados a esses recursos.
Vários analistas consideram também que os desafios no âmbito do combate à corrupção ainda são muito grandes e que sem vontade política essa luta não vai ser eficaz.
"É importante que o Gabinete Central de Combate à Corrupção trabalhe com a devida independência e autonomia, mas para que isso aconteça, tem que haver vontade", defendeu o sociólogo João Colaço.
Há quem afirme que o facto de o chefe de Estado nomear, por exemplo, o Procurador-Geral da República, que tem um papel importante na luta contra a corrupção, acaba prejudicando de alguma maneira essa luta.