No Brasil, preso há um mês na 17ª fase da Operação Lava Jato, o ex-ministro chefe da Casa Civil no Governo Lula, José Dirceu, é indiciado pelos crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Conforme o Ministério Público e a Polícia Federal, Dirceu é o responsável pela instituição do esquema bilionário de fraudes na Petrobras.
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Segundo as investigações há "fartos indícios de que José Dirceu e outras pessoas relacionadas a ele foram beneficiários directos de valores objecto de desvios no âmbito da Petrobras, apurados na Operação Lava Jato".
A filha e o irmão de Dirceu estão entre os indiciados.
Deputados federais que integram a CPI interrogam esta semana os presos da Operação Lava Jato em Curitiba, capital do Paraná. Entre eles José Dirceu, que foi questionado e preferiu ficar em silêncio durante todo o interrogatório. Um parlamentar perguntou a José Dirceu se ele pode ser considerado ladrão do dinheiro do povo brasileiro.
Para a cientista política Rita de Cássia Biason, a ondenação dos políticos e empresários envolvidos no esquema de corrupção na Petrobras pode servir de exemplo para combater a corrupção no Brasil. Ela comenta a condução dos trabalhos na Operação Lava Jato.
“A prisão do José Dirceu é um recurso muito utilizado por quem investiga casos de grande corrupção (...) É necessário punir grande figuras de forma a tentar reduzir a corrupção. E muitas vezes têm sido eficaz em vários países”, disse.
Rita de Cássia Biason vê com mais gravidade o envolvimento do ex-presidente Fernando Collor de Melo no esquema de corrupção na Petroleira.
De acordo com a Lava Jato, Collor recebeu R$ 26 milhões em propina por contratos firmados pela empresa BR Distribuidora entre 2010 e 2014. Além de ser investigado por participação em fraudes na Petrobras ele também é alvo de um inquérito no Supremo Tribunal Federal por lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Diz ela que “no caso do Collor acho mais preocupante, porque é um personagem que sofreu impeachment, que foi afastado da política, volta e efetivamente continua se apropriando dos recursos do Estado. A questão é: em que medida não seria o caso em que políticos que passam por algum tipo de julgamento serem efetivamente proibidos de voltar à cena política?