A pandemia do coronavírus está a afectar grandemente a luta contra das três das doenças mais mortíferas em Angola, nomeadamente a malária, o HIV/SIDA e a tuberculose, disse Mamisoa Rogers do Fundo Global de combate a essas doenças.
Rogers disse em Benguela onde esteve em visita de trabalho que “estamos a ver medo de ida às unidades sanitárias por receio de infecção”.
Veja Também COVID-19: Alerta no Kwanza Norte com três casos importados de Luanda“Isto tem um impacto no atendimento, as pessoas que precisam de ser testadas ou de tomar medicamentos podem não querer ir a hospitais” acrescentou Rogers para quem “há também impacto nos profissionais de saúde, há necessidade de equipamentos de protecção’’.
Quinze anos após a chegada a Angola, o Fundo Global muda de abordagem no apoio à luta contra a malária, tuberculose e HIV/SIDA, com o Ministério da Saúde substituído pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) na recepção dos subsídios, devido a indícios de má gestão entre 2010 e 2016.
Veja Também COVID-19: Governo guineense confirma estudo sobre uso de vacina da poliemielite contra o coronavírusInserida num pacote financeiro de 53 milhões de dólares, em execução desde 2018, o programa abrange agora apenas quatro províncias , onde se pretende melhorar a prevenção e assistir pacientes que têm agora na pandemia da covid-19 um outro problema.
A nova abordagem é associada ao surgimento de despesas não justificadas, quando altos funcionários da Saúde foram acusados de desvios de cerca de 4 milhões de dólares, num processo que levou ao tribunal, na condição de declarante, o então ministro da Saúde, José Van-Dúnem.
Veja Também Pequim perdoa empréstimos sem juros de países africanos e anuncia apoio ao combate à pandemiaA funcionário do PNUD disse que em 2010 “houve uma transferência da gestão dos subsídios da malária e tuberculose... o problema destas despesas é antigo, está resolvido”. “Por acaso a auditoria do ano passado diz claramente que não houve problema de gestão financeira, essas despesas a serem reembolsadas são mesmo do passado’’, sublinha Rangers.