A convenção do Partido Republicano que vai formalizar Donald Trump como seu candidato à eleição presidencial de 5 de novembro arranca na noite desta segunda-feira, 15, enquanto as autoridades federais trabalham para responder perguntas sobre as motivações do atirador que tentou matar Trump num comício no sábado, 13.
A segurança está em destaque na convenção em Milwaukee, Wisconsin, mas as agências federais de segurança dizem que não estão a planear quaisquer alterações às suas já extensas medidas de segurança.
“Estamos confiantes nos planos de segurança para este evento e estamos prontos para partir”, disse Audrey Gibson-Cicchino, coordenadora do Serviço Secreto dos EUA para a convenção, em declarações ontem.
“Não estamos a prever qualquer mudança de segurança", afirmou Gibson-Cicchino.
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Entretanto, Trump disse ao jornal The Washington Examiner que o seu discurso na convenção, prevista para quinta-feira, 18, último dia do evento, foi definido para ser “muito difícil” e se concentrar nas políticas do Presidente Joe Biden, mas agora incluirá apelos à unidade nacional.
“Esta é uma oportunidade de unir todo o país, até mesmo o mundo inteiro. O discurso será muito diferente, muito diferente do que teria sido há dois dias”, disse Trump ao jornal.
Outra nota dominante da convenção é o anúncio do candidato escolhido por Donald Trump para seu vice-presidente.
Em declarações à estação televisiva Fox News que ele anunciará hoje o nome escolhido.
Veja Também EUA procuram o motivo da tentativa de assassinato de TrumpPor seu lado, no domingo, Biden disse que o tiroteio é “contrário a tudo que defendemos como nação, tudo".
"Não é quem somos como nação. Não é americano. E não podemos permitir que isso aconteça”, afirmou o Presidente, que prometeu que o Serviço Secreto dará a Trump “todas as capacidades de recursos e medidas de proteção necessárias para garantir a sua segurança contínua”.
Biden também disse que espera que os republicanos nesta semana critiquem o seu historial, ao mesmo tempo que oferecem a sua própria visão para o país, e que utilizará os seus próprios eventos nesta semana para promover o trabalho da sua administração.
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“Continuarei a falar fortemente pela nossa democracia, a defender a nossa Constituição e o Estado de direito, a apelar à ação nas urnas e ao fim da violência nas nossas ruas”, disse Biden a partir do Salão Oval, sublinhando que "a democracia deve funcionar”.
O suspeito e suas motivações
A agência de investigação federal FBI disse ter identificado um suspeito, mas ainda não determinou os motivos que o levaram a tentar matar o antigo Presidente.
Thomas Matthew Crooks, de 20 anos de idade, morador de Bethel Park, Pensilvânia, foi identificado como o “sujeito envolvido” no atentado.
Transeuntes fora do perímetro de segurança da área onde Trump discursava disseram ter informado a polícia quando avistaram o atirador a subir pelo telhado de um prédio próximo com uma arma, mas os agentes não responderam.
O atirador foi capaz de disparar vários tiros, atingindo Trump na orelha direita, matando um espectador no comício e ferindo gravemente outros dois antes de ser morto pelos Serviços Secretos.
Uma arma rifle estilo AR-15 foi encontrado próximo ao corpo do suspeito.
Crooks, que se formou no ensino médio há dois anos, trabalhava como auxiliar de dieta no Centro Especializado de Enfermagem e Reabilitação de Bethel Park.
Ele era um eleitoral republicano registado, mas quando tinha 17 anos, também fez uma doação política de 15 dólares para o ActBlue, um comité de ação política que arrecada dinheiro para políticos de esquerda e democratas, de acordo com um documento da Comissão Eleitoral Federal de 2021.
Os líderes republicanos na Câmara dos Representantes disseram que iniciarão uma investigação sobre o incidente e pediram à diretora dos Serviços Secretos, Kimberly Cheatle, que participe numa audiência sobre o assunto no dia 22 de julho.
Analistas alertaram que a tentativa de assassinato de Trump pode dividir ainda mais a sociedade americana.