O ministro moçambicano dos Recursos Minerais e Energia, Max Tonela, diz ser necessária uma maior vigilância para travar a mineração ilegal e o contrabando de pedras preciosas no país, mas alguns analistas dizem não acreditar que isso possa acontecer, porque há interesses económicos fortes envolvidos nisso.
Tonela, que falava na abertura do Conselho Coordenador do Ministério dos Recursos Minerais e Energia, defende que os fiscais do sector devem intensificar a vigilância, para evitar esquemas ilícitos na comercialização de pedras preciosas, que "lesam o Estado moçambicano".
"A comercialização deste tipo de minérios deve ser transparente para conferir mais ganhos para o Estado, destaca aquele governante.
Eu não me posso sentir vigilante de uma coisa que não me beneficia em nadaLaurindos Macuácua
Tonela diz ter sido desenhado um plano de acção envolvendo as comunidades residentes nas proximidades das zonas de extração de recursos minerais para travar o contrabando de pedras preciosas, mas o analista Laurindos Macuácua é da opinião de que "as populações não vão colaborar porque se sentem excluídas do processo".
Macuácua afirma que "eu não me posso sentir vigilante de uma coisa que não me beneficia em nada"
Osório Francisco, líder comunitário, diz que as comunidades até querem colaborar, mas muitas vezes, o seu trabalho tem sido inviabilizado pela má conduta de alguns fiscais, "alguns dos quais se vangloriam de ter costas quentes".