A administração da Sonangol recusa em comunicado nesta quarta-feira, 4, acusações de discriminação de quadros angolanos na política de contratações, sobretudo de portugueses.
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A petrolifera diz que entre os 8.129 colaboradores ao seu serviço, apenas 20 são expatriados.
A posição da empresa surge após vários dias de críticas, em alguns órgãos de comunicação social e nas redes sociais, à contratação de elementos estrangeiros para a empresa.
A VOA ouviu sindicalistas e gestores de empresas que condenam a atitude da Sonangol em preterir trabalhadores nacionais em favor de estrangeiros.
Há quem queira ver o assunto da maior empresa angolana tratado na Assembleia Nacional.
O sindicalista e professor universitário Manuel Domingos entende que nesta altura já não há razoes plausíveis para empresas nacionais, como a Sonangol, recorrerem a mão-de-obra estrangeira, mesmo em sectores especializados.
"A Sonangol é uma empresa nacional e não uma multinacional, penso que a mesma deveria limitar a contratação de trabalhadores estrangeiros, se formos a ver em questões de especialização o país formou muitos quadros na área de petróleos, é necessário valorizar estes técnicos e não optar por oferta excessiva de mão-de-obra estrangeiras”, defende Domingos que acredita em acertos de agendas na base destas medidas.
Outro sindicalista e defensor de direitos humanos Tunga Alberto arrisca-se a avançar que em matéria de quadros a própria Sonangol cuidou de providenciar técnicos durante décadas.
"Em Angola temos experiência de formação de quadros e não há qualquer justificação para Angola continuar a depender de quadros estrangeiros”, sustenta Alberto, para quem esta postura da Sonangol “fere a dignidade e viola a cidadania nacional"
Aquele sindicalista defende a abordagem do assunto na no Parlamento visando travar esta “esta onda de desvalorização do angolano que na sua própria terra é relegado para planos inferiores."
O gestor de empresas e economista Sapalo Antonio, por seu turno, considera que o assunto deve ser entendido do ponto de vista política, técnico e de gestão.
"As medidas que a Sonangol está a tomar nesta altura são o resultado de medidas politicas ligadas à polémica nomeação de Isabel dos Santos pelo anterior Presidente da República, que por sinal é seu pai, a vertente técnica associada à gestão tem a ver com a ausência de motivos porque o país muniu-se de quadros suficientes durante anos e com capacidade para gerir a petrolífera", acentua.
Desde Junho de 2016, a Sonangol disse ter contratado 35 colaboradores, dos quais 26 são nacionais e nove expatriados, “primando assim sempre pelas contratações de novos talentos angolanos sempre que disponíveis no mercado".