O Governo moçambicano contratou a empresa de consultoria com sede no Reino Unido, Kroll, para fazer a auditoria às chamadas “dívidas ocultas”.
A informação foi revelada pela Procuradoria Geral da República (PGR) em comunicado divulgado nesta sexta-feira, 4, em Maputo.
No processo de selecção, concorreram cinco empresas de “reputação internacional”, diz a PGR, indicando ainda que a Kroll tem um prazo de 90 dias para concluir o trabalho.
“O objectivo da auditoria é fornecer à Procuradoria-Geral da República uma análise dos contratos de financiamento e dos fundos obtidos dos mesmos, das aquisições efectuadas, bem como a identificação e análise de eventuais irregularidades na administração e utilização dos fundos”, diz a PGR em referência aos empréstimos contraídos pelas empresas Proindicus, Ematum eMozambique Asset Management, com o benefício de “garantias emitidas pelo Governo da República de Moçambique”.
Os termos de referência do contrato de selecção do autor foram feitos com a colaboração do FMI e o financiamento da Suécia.
A PGR justifica também o regime especial de contratação que, de acordo com o comunicado, “deveu-se à urgência na realização da auditoria para os fins do processo de instrução preparatória em curso na Procuradoria-Geral da República, da natureza confidencial do mesmo, bem assim da necessidade da restauração urgente da confiança para estabilização da economia do País”.
A realização de uma auditoria internacional aos empréstimos contraídos por aqueles três empresas públicas moçambicanas sem o conhecimento do FMI e dos parceiros internacionais, com forte implicação nas finanças de Moçambique, levaram o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e vários países a suspender a cooperação financeira com Maputo, até que o caso seja esclarecido.