A Reserva Especial de Maputo, um dos importantes pontos de conservação e turismo de Moçambique, volta a ter chitas. Quatro felinos foram libertos, esta semana, para a área aberta, marcando a sua reintrodução, desde a década de 1960.
Os felinos - mamíferos terrestres mais rápidos do mundo – foram doados à Reserva pela Ashia, uma organização de conservação da África do Sul, onde eles nasceram.
A reintrodução da chita resulta da colaboração entre a Administração Nacional das Áreas de Conservação (Anac) e a Peace Parks Foundation (PPF) em parceria com Ashia Cheetah Conservation, a Endangered Wildlife Trust (EWT) e o parceiro veterinário Mozambique Wildlife Alliance (MWA).
Veja Também Moçambique atrai 600 milhões de dólares para áreas de conservaçãoA Reserva de Maputo tem uma área total de 104 000 ha, e as quatro chitas, segundo a Anac, “são cuidadosamente monitorizadas diariamente em parceria com a Universidade Eduardo Mondlane e a Endangered Wildlife Trust”.
Risco de extinção
“A reintrodução de chitas em áreas protegidas é uma das principais estratégias para reduzir o risco de extinção, alimentado pela perda de habitat e eventos como a perseguição por caçadores furtivos, esgotamento de presas e doenças”, disse Marna Smit, directora da Ashia Cheetah Conservation.
Uma nota da Anac diz que esta reintrodução vai contribuir para a conservação da chita, “uma espécie que foi eliminada de 90% da sua área de distribuição em África, com uma população estimada de apenas 6.600 indivíduos restantes”.
Veja Também Moçambique: Trinta anos depois, Chitas retornam ao Complexo de MarromeuMateus Mutemba, director da Anac, diz que “a reintrodução da Chita, animal que se alimenta de herbívoros de pequeno porte, é uma medida de gestão que visa não só a gestão da capacidade ecológica da reserva para acomodar herbívoros, como também o acréscimo de uma espécie ameaçada de extinção que pode ser observada por quem visita a Reserva.”
E para o director geral da Peace Parks Foundation, a renovação da Reserva Especial de Maputo, hoje com pelo menos 12 mil animais, “está a impulsionar o desenvolvimento da indústria de ecoturismo da reserva, que tem como objectivo tornar-se um destino turístico e de vida selvagem de classe mundial.”