A Renamo ganhou as eleições autárquicas de 11 de outubro em quatro municípios e a votação irá ser repetida em mais quatro cidades, anunciou nesta sexta-feira, 24, em Maputo, o Conselho Constitucional (CC) de Moçambique.
O acórdão do tribunal reverte os resultados da Comissão Nacional das Eleições (CNE) que deram vitória à Frelimo em 64 dos 65 municípios.
Your browser doesn’t support HTML5
A decisão anunciada em Maputo pela juíza conselheira Lúcia Ribeiro dá a vitória à Renamo em Quelimane e Alto Molócuè, na província de Zambézia, Vilankulo, em Inhambane, e em Chiúre, em Cabo Delgado, mas manteve a Maputo e Matola, as duas maiores cidades do país, nas mãos da Frelimo.
Veja Também Moçambique: Eleições autárquicas sem desfechoO MDM teve a sua vitória confirmada na Beira.
Devido a várias irregularidades confirmadas pelo CC, o tribunal manda repetir as eleições em Marromeu, na província de Sofala, enquanto em Nacala Porto, Milange e Gurué haverá uma votação parcial devido a várias irregularidades.
Recorde-se que desde as eleições, a Renamo e a MDM têm feito protestos nas ruas contra o que consideram ser fraudes e muitas irregularidades.
Houve protestos diários e registaram-se confrontos entre a polícia e manifestantes, dos quais resultaram cinco mortos.
Ontem, num comunicado, a Amnistia Internacional condenou o uso de força excessiva e letal da Polícia da República de Moçambique (PRM) contra manifestantes pacíficos e transeuntes, com recurso a disparos de munições reais e gás lacrimogéneo, e pediu investigações justas e transparentes que levem eventuais responsáveis à justiça.
Missões diplomáticas em Maputo manifestaram as suas preocupações sobre relatos de irregularidades e pediram que elas fossem devidamente analisadas.
Veja Também Moçambique: Amnistia Internacional condena uso excessivo da força pela polícia e pede investigaçãoNa quarta-feira, 22, a ministra moçambicana dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo, reuniu-se com diplomatas acreditados em Maputo, a quem pediu que respeitem o princípio da não ingerência em assuntos internos e que confiem nas instituições do país.