O conselheiro de Segurança Nacional do Presidente dos Estados Unidos, Michael Flynn , pediu demissão do cargo na noite de segunda-feira, 13, depois de revelações de que ele discutiu as sanções impostas pela anterior Administração à Rússia com o representante de Moscovo em Washington antes da posse de Donald Trump e de que deu informações equivocadas ao vice-presidente Mike Pence sobre essas conversas.
A demissão de Flynn aconteceu horas depois de relatos de que o Departamento de Justiça alertou a Casa Branca há semanas de que Flynn poderia ser vulnerável a chantagens por conta de contactos com o embaixador russo, Sergey Kislyak.
Analistas dizem que o episódio também deve desacelerar as intenções de Trump de estreitar as relações com a Rússia.
Flynn entregou a sua demissão horas depois do Presidente americano, por meio de um porta-voz, ter-se recusado a apoiar o conselheiro publicamente, afirmando que o Trump estava a analisar a situação e a conversar com Pence.
Michael Flynn garantiu ao vice-presidente que não discutiu as sanções impostas pelos Estados Unidos com o diplomata russo, mas transcrições das comunicações interceptadas, descritas por autoridades norte-americanas, mostraram que o assunto foi tratado na conversa.
Esse contacto pode potencialmente ter sido uma violação de uma lei que proíbe cidadãos comuns de se envolver na política externa, conhecida como Logan Act.
"Infelizmente, por causa da rapidez dos acontecimentos, eu inadvertidamente dei ao vice-presidente eleito e a outros informações incompletas relacionadas à conversa telefónica com o embaixador russo. Peço sinceramente desculpas ao Presidente e ao vice-presidente, e eles aceitaram o meu pedido de desculpas", disse Flynn na sua carta de demissão.
O general aposentado Keith Kellogg, que era chefe de gabinete do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, foi nomeado conselheiro de Segurança Nacional interino até que Trump escolha o substituto de Flynn no cargo.