O Congresso brasileiro vem dando alertas ao presidente Lula. Em cinco meses de governo, ele sofreu derrotas importantes, que vêm bloqueando as mudanças sociais e de políticas ambientais prometidas na campanha.
Se no primeiro e no segundo mandato Lula teve o Congresso nas mãos, a terceira vez como presidente da República tem dado sinais de que a relação com os deputados não será tão fácil como no passado.
Não tendo obtido maioria nas eleições de 2021, Lula da Silva cedeu ministérios a partidos considerados de centro para ter vantagem nas votações importantes na Câmara e no Senado.
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Mas desde Janeiro vem sofrendo uma sequência de derrotas, principalmente nas pautas sociais, promessas de campanha às classes mais pobres e aos ambientalistas.
A última foi na área do meio ambiente. Os deputados derrubaram uma medida que ampliava o número de ministérios do governo Lula, e esvaziou funções das pastas de Meio Ambiente e de Povos Indígenas, como a demarcação de terras para os povos originários e o cadastro rural, que prevenia o desmatamento e a invasão de terras.
A aprovação contou com votos dos próprios deputados de Lula e irritou a ministra do meio Ambiente, Marina Silva, porque mancha o discurso do Brasil fora do país, que se posiciona contra o desmatamento, mas que internamente não consegue manter as estruturas de protecção.
“Não está fácil, mas a melhor forma de contribuir é enfrentando a adversidade. É estando aqui, permanecendo aqui, pra que a gente possa fazer as grandes transformações que o Brasil precisa,” disse Silva.
Lula classifica a derrota e a intervenção do Congresso como normal e minimiza a crise política.
Ele diz que “agora começou o jogo, agora nós vamos jogar, conversar com o Congresso e fazer a governança do que precisamos fazer. O que não podemos é se assustar com a política”
Para analistas de política, como Vinicius Vieira, Lula precisa urgentemente de mudar a estratégia e se reaproximar de deputados considerados de centro, concedendo mais cargos, por exemplo.