Congressista republicano diz ter provas de que Donald Trump foi alvo de espionagem "circunstancial"

Devin Nunes fala a jornalistas

Devin Nunes foi criticado por democratas por ter falado com Trump antes de apresentar os documentos aos colegas do comité

O presidente do Comité de Inteligência da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, o republicano Devin Nunes, afirmou nesta quarta-feira, 22, que o Presidente Donald Trump terá sido alvo de espionagem de "maneira circunstancial" depois das eleições de Novembro.

O congressita de ascendência portuguesa disse ter recebido provas.

"Essas informações me foram fornecidas legalmente por fontes que pensavam que deveríamos saber disso", reiterou Nunes, revelando que os relatórios não incluem menções sobre a Rússia.

Ela afirmou ainda que as informações foram colhidas como parte de uma investigação rotineira "de forma circunstancial", mas que houve fuga de informação e, segundo Nunes, indivíduos envolvidos na vigilância acabaram "desmascarados".

O congressista adiantou que a vigilância teria ocorrido enquanto Barack Obama era Presidente, mas reiterou que os relatõrios não indicam que a Trump Tower tenha sido alvo de espionagem telefónica, como Trump acusou Obama.

Reacção do Presidente Trump

Na semana passada, os comités de inteligência da Câmara dos Representantes e do Senado concluíram que não existem evidências para apoiar as acusações de Trump.

O director do FBI, James Comey, corroborou a conclusão dos parlamentares na segunda-feira, 20, durante a primeira audiência pública realizada no Congresso sobre a possível interferência da Rússia nas eleições presidenciais.

Devin Nunes, no entanto, afirmou que os relatórios de inteligência que recebeu contêm "informações significativas" sobre Trump e a equipa de transição do republicano.

O congressista informou o presidente da Câmara dos Representantes, Paul Ryan, o director da CIA, Mike Pompeo, o director da NSA, Mike Rodgers, sobre os relatórios e disse que fará o mesmo com James Comey, do FBI, e a Casa Branca.

"Todas as informações são sigilosas, mas não têm relação com nenhuma investigação. É uma compilação circunstancial normal, pelo menos isso foi o que eu pude ler", completou.

Depois das declarações de Nunes, Donald Trump foi questionado se as informações divulgadas pelo congressista "sustentavam" as suas acusações contra Obama.

"De algum modo, sim. Apreciei muito o facto de terem encontrado o que encontraram", afirmou o Presidente.

Trump explicou que Nunes o informou pessoalmente sobre as descobertas, acto muito criticado pelo democrata de mais alta categoria no Comité de Inteligência na Câmara dos Representantes, Adam Schiff.

Segundo ele, o congressista republicano compartilhou os dados com o Presidente antes de conversar com os demais membros do comité.