Dois confrontos entre as forças governamentais e o braço armado da oposição Renamo em povoados de Manica, no centro de Moçambique, nas vesperas do dia da paz ensombram as celebrações dos 24 anos da assinatura do Acordo Geral de Paz, que se assinala hoje.
Elsidia Filipe, porta-voz do comando da Polícia, revelou nesta segunda-feira, 3, que na passada sexta-feira, 30, quatro homens do braço armado da Renamo fizeram uma emboscada a uma patrulha das Forças de Defesa e Segurança, que resultaram num confronto sem vitimas.
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“A nossa força quando se encontrava a patrulhar em Mavonde (Manica), foi emboscada por homens armados da Renamo, respondemos ao fogo e estes fugiram tendo deixado no local dos factos uma arma de fogo de fabrico caseiro”, explicou Filipe.
No dia seguinte, 1 de Outubro, as Forças de Defesa e Segurança realizaram uma operação contra uma posição de homens armados da Renamo em Macu, na localidade de Chiquequete, no interior de Mossurize, tendo resgatado um dirigente local que tinha sido raptado por homens armados da Renamo.
“O comando da PRM resgatou uma vitima que havia sido raptada por homens armados da Renamo, além de cinco cabeças de gado bovino que estavam na posse deles”, acrescentou Elsidia Filipe, adiantando não ter havido vitimas durante os confrontos.
Não faz sentido celebrar o dia da paz
Para o politólogo, Martinho Marcos, os dois incidentes nas vésperas do Dia da Paz mostram a falta de compromisso de um entendimento rápido, o que coloca cada vez mais distante o anseio dos moçambicanos no retorno à tranquilidade e sossego.
“O diálogo está suspenso por 10 dias entre o Governo e a Renamo, para análise em separado de uns documentos, mas no terreno os confrontos continuam entre as alas militares, afastando cada vez mais a hipótese de uma paz urgente que os moçambicanos clamam”, declarou.
"Não faz sentido celebrar este dia”, diz a Alice Mabota, Presidente da Liga Moçambicana de Direitos Humanos. Para esta activista, o país precisa de “injecção de outros valores, porque estes já não servem”.
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O Governo moçambicano, a Renamo e a mediação internacional suspenderam a 30 de Setembro as negociações de paz até 10 de Outubro, para analisarem em separado a exigência do principal partido de oposição de governar nas seis províncias onde reivindica a vitória nas eleições gerais de 2014.