Confrontos em dia de posse do Presidente deixam oito mortos em Moçambique

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Polícia da República de Moçambique e manifestantes com cartazes do líder da oposição moçambicana Venâncio Mondlane em Maputo, a 15 de Janeiro de 2025, enquanto Daniel Chapo toma  posse como Presidente de Moçambique no dia 15 de janeiro de 2025.

Plataforma Decide contabiliza mortes em Maputo e Nampula

No dia em que Daniel Chapo assumiu a Presidência da República de Moçambique, a Plataforma Decide informou que oito pessoas morreram nesta quarta-feira, 15.

"Deveria ser um dia de festa, mas as manifestações ganharam outras proporções e temos mais mortos em Maputo e Nampula", lê-se no boletim da Plataforma Decide que regista três mortos em manifestações na província de Maputo, dois na cidade de Maputo, e três em Nampula.

No total, e ainda segundo aquela organização não governamental, que tem acompanhado o processo eleitoral e a crise que se seguiu à votação de 9 de outubro, o total de mortos ascende agora a 308, 619 feridos e 4.228 detidos.

Os protestos foram convocados por Venâncio Mondlane, segundo candidato mais votado, que diz ter ganho as eleições presidenciais e, no passado 9 de janeiro, jurou como sendo "Presidente eleito pelo povo e não pelo Conselho Constitucional".

Ele continua a apelar para protestos embora tenha dito estar disposto a negociar.

Hoje, numa reportagem sobre a posse do novo Presidente da República, o jornal americano New York Times, diz que Mondlane afirmou estar em contactos com Daniel Chapo“através de um amigo mútuo”.

Ele “expressou a esperança de que o Presidente negoceie uma resolução para se pôr termo à crise política e aceite reformas por ele apresentadas numa recente proposta”.