Seis anos depois de ter iniciado o processo para conseguir terras comunitárias, a comunidade San da Hupa, no interior da província da Huíla, acaba de ganhar um título de concessão.
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Segundo o soba Tchilupa Xavier, o título significa muito: “Estamos satisfeitos porque nos foi entrega a terra”.
Por seu turno, o padre Abraão Tchipa, um nato da terra, não escondeu a sua satisfação, ao dizer que “ser dono da terra é um motivo de satisfação e alegria”.
Para o consultor da Organziação das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura(FAO) Txaran Basterrechea, a posse da terra é uma componente importante para a promoção da agricultura familiar, quando em Angola se fala da diversificação da economia.
“A legalização da terra, sobretudo nas comunidades rurais, tem uma ligação muita estreita com a agricultura familiar, e a agricultura familiar é o garante da segurança alimentar das comunidades sobretudo das mais pobres da diversificação da economia e do desenvolvimento económico de forma sustentável”, alerta Basterrechea.
Benedito Paulo, da Ocadec ONG que há cerca de 14 anos trabalha na promoção dos direitos do povo San, destaca o sentimento que o título vai provocar entre a comunidade. “Esse título vai produzir nas pessoas o sentimento de pertença, pois esta comunidade é bastante rica, no sentido de que há aqui uma diversidade de grupos étnicos”, explica Paulo.
Na cerimónia, o vice-governador da Huíla para o sector económico, Sérgio da Cunha Velho, valorizou o papel do Estado em assegurar o uso e aproveitamento da terra em prol da comunidade e fez um desafios aos San.