A União Europeia quer ajudar o Governo de Moçambique a esclarecer e combater os ataques armados que ocorrem em alguns distritos da província nortenha de Cabo Delgado, atribuídos a fundamentalistas islâmicos.
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Entretanto, a Comunidade Islâmica de Moçambique saiu à rua este domingo para dizer que nada tem a ver com esses ataques.
Pelo menos 90 pessoas morreram e centenas de habitações foram incendiadas desde o início, há cerca de um ano, dos ataques aos distritos de Mocímboa da Praia, Macomia e Palma, no norte de Cabo Delgado.
"É uma situação de terror que se está a registar naquela província", considerou o embaixador da União Europeia em Moçambique, António Sanchez.
Aquele diplomata, que esteve recentemente em Cabo Delgado, referiu que a União Europeia, "parceira de Moçambique há longa data, pode ajudar Moçambique a conhecer melhor todo este fenómeno".
As autoridades moçambicanas já solicitaram ajuda à comunidade internacional para o esclarecimento dos ataques, iniciados em Outubro de 2017.
Os ataques têm sido atribuídos a fundamentalistas islâmicos, mas no domingo, 11, a Comunidade Islâmica moçambicana saiu à rua para negar qualquer relação com os atacantes.
O presidente da Comunidade Islâmica de Moçambique, Abdul Rachid Ismael, disse que "o islão significa paz, e embora estejamos a ser conotados como terroristas, como está a acontecer em Cabo Delgado, os muçulmanos nada têm a ver com o terrorismo".
Para alguns analistas, a violência nos distritos de Cabo Delgado resulta da ausência de políticas redistributivas e de violação de direitos humanos em comunidades onde se desenvolvem projectos de exploração de recursos naturais.