Em entrevista à Voz da América, o cientista político Issau Agostinho explicou que em Angola existem vários processos democráticos, no centro dos quais figura a província de Luanda.
“Muitas vezes confundimos a abertura que Luanda tem com o resto do país”.
Agostinho citou, por exemplo, que a liberdade de imprensa e o respeito aos direitos civis e políticos dos cidadãos são tratados de forma diferente em outras províncias.
Em casos específicos, o especialista disse que há uma necessidade de um empenho maior para que se tenha uma certa igualdade entre os processos democráticos.
Ele citou diversos exemplos de desigualdades no processo, destacando a seca no sul de Angola, e como ela de certa forma viola os direitos econômicos e sociais dos angolanos.
“A lentidão da resposta para este assunto é reflexo do grau de respeitabilidade e aplicação dos direitos civis e políticos angolanos”.
Em Luanda e Benguela, Agostinho considerou o processo encorajador, sobretudo no que diz respeito ao discurso político que começa a ser assumido no país.
De qualquer forma, o especialista classificou o processo de democratização em Angola como irreversível. E acrescentou que isso é resultado da força de vários movimentos e dos próprios partidos políticos, tanto do governo como da oposição.
Agostinho mencionou uma análise da organização não-governamental Afrobarómentro, que publica estudos de opinião sobre democracia e boa governação em mais de 35 países, e que constatou que 42% dos africanos demandam a democracia.
“Quer dizer, já há um nível muito elevado de consciência democrática dos próprios africanos”.
A democratização de Angola é o tema de uma obra que ele irá lançar esta semana em Luanda.
Veja a entrevista para saber mais sobre os processos democráticos e também sobre o livro “Angola: Formação e Democratização do Estado”.
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