Comité de Protecção dos Jornalistas pede segurança para profissionais de imprensa em Angola

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Angela Quintal, coordenadora do CPJ para África

Organização com sede em Nova Iorque diz estar está cada vez mais preocupado com a deterioração do ambiente para a liberdade de imprensa em Angola

O Comité para Protecção de Jornalistas (CPJ) pediu às autoridades angolanas que investiguem os recentes incidentes de agressão e garantam a segurança dos profissionais da imprensa.

A coordenadora do programa daquela organização não governamental para a África, Angela Quintal, disse, citada no comunicado divulgado no seu site nesta quarta-feira, 19, “como demonstrado pelo recente ataque às equipas noticiosas da TV Zimbo e da TV Palanca, os repórteres parecem ser os bodes expiatórios para a percepção da raiva de alguns cidadãos em relação ao Estado”.

“O CPJ está cada vez mais preocupado com a deterioração do ambiente para a liberdade de imprensa em Angola, à medida que o país se aproxima das eleições no final deste ano”, puntua Quintal, para que, “a imprensa deveria poder realizar o seu trabalho livre de intimidação e risco de agressão, para que todos os angolanos possam usufruir do seu direito à diversidade e pluralidade de notícias e informações”.

Na nota, a organização com sede em Nova Iorque refere-se ao ataque, no dia 10 de Janeiro, a seis repórteres que trabalhavam para a TV Zimbo e TV Palanca e que, segundo a CPJ, “foram agredidos por pessoas não identificadas e forçados a fugir para um local seguro enquanto reportavam sobre uma greve nacional por parte de taxistas na capital Luanda”.

O CPJ diz que o repórter da TV Zimbo Telmo Gama e o seu operador de câmara Justino Campos, e os repórteres da TV Palanca Anselmo Nhati e Orlando Luís e os operadores de câmara António Luamba e Daniel Lutaka, estavam a cobrir o protesto quando algumas pessoas entre os manifestantes se viraram contra os jornalistas e chamaram a equipa da TV Zimbo de ”vendidos”.

“O protesto tornou-se rapidamente violento, e eles foram forçados a sair”, continua a organização que cita os jornalistas visados.

O CPJ cita o secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, Teixeira Cândido, quem disse à organização que “os jornalistas dos media públicos estão a tornar-se cada vez mais alvos da ira das pessoas devido à perceção de parcialidade a favor do Governo e do partido no poder”.

Este posicionamento do CPJ surge depois dos distúrbios no bairro Benfica em Luanda, no passado dia 10, em que foram incendiados uma sede do MPLA e um autocarro do Ministério da Saúde.

Um dos jornalistas agredidos, Orlando Luís, da TV Palanca, contou à VOA como salvo pela coragem de um agente polícia de ser linchado.