O Comité Central do MPLA, partido no poder em Angola, reúne-se nesta sexta-feira, 16, no meio de grande especulação sobre lutas internas ao nível mais alto.
O partido desmente existência de "clivagens" mas admite reflexão sobre esse período de transição.
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Em determinados círculos e na imprensa circularam informações de que na última reunião do Bureau Político do MPLA teria havido uma acesa discussão sobre a saída de José Eduardo dos Santos da presidência do partido.
Nessa reunião, Santos teria delegado ao secretário-geral do MPLA, Paulo Kassoma, a presidencia da reunião do Comité Central desta sexta-feira, decisão a que João Lourenço teria se oposto como vice-presidente.
Estas versões da reunião atingiram tal ponto que o próprio MPLA emitiu um comunicado afirmando que “indivíduos eivados de má-fé estão a fazer circular, através das redes sociais e não só, uma onda de especulações, fazendo crer da existência de clivagens graves no seio do MPLA, o que não corresponde à verdade, porquanto o partido mantém-se coeso e pronto para discutir, democraticamente, todos os assuntos da actualidade política de Angola”.
O documento disse ainda que a direcção do MPLA ”nunca se furtará à reflexão, clara e objectiva, sobre o processo de transição político-partidária, tal como o fez a respeito do aparelho do Estado”.
A Voz da América tentou obter o comentário do porta-voz dp MPLA mas sem sucesso.
O deputado da UNITA Makuta Nkondo disse estar convencido de que essas clivagens sejam verdadeiras e acrescentou que José Eduardo dos Santos “quer voltar atrás” com a sua promessa de abandonar a política este ano e nomear Paulo Kassoma para presidente do partido.
Entretanto, o comentarista Joao Lukombo Zatuzola afirmou que não resta outra saída a Santos a não ser abandonar a chefia do partido este ano