A Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique reiterou que os dados do recenseamento eleitoral na província de Gaza são fiáveis, mesmo depois de terem sido colocados em causa pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE).
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“Os nossos dados são fiáveis. As pessoas vieram ter às brigadas e nós recenseamos quem veio”, garantiu Paulo Cuinica, porta-voz da CNE, em conferência de imprensa nesta sexta-feira, 19, em Mapulto.
O porta-voz sustenta que o registo eleitoral foi feito dentro do que a lei prevê, "em toda a sua cadeia".
Dados da CNE indicam que na província de Gaza foram recenseados pouco mais de dois milhões de eleitores, mas o INE considera que tal é impossível porque, segundo o recenseamento geral da população e habitação realizado em 2017 e de acordo com as suas projecções, na actualidade, pouco mais de 800 mil pessoas têm idade eleitoral, ou seja mais de mais de 18 anos.
“Se olharmos para as nossas projecções demográficas que foram feitas de 2007 até 2040, só em termos de projecções está mais patente que o número de pessoas que se conseguiu em termos de 18 anos para cima, nós estamos a projectar que aquele número seja só em 2040”, afirmou Arão Balate, do INE, em conferência de imprensa, em Maputo, nesta quarta-feira, 17.
Entretanto, Fernando Mazanga, vogal da Renamo na CNE, acompanhou parte da conferência de imprensa do porta-voz do órgão eleitoral hoje e no final disse que o seu grupo "não se revê nos números do recenseamento eleitoral" e garante que "os números foram viciados", havendo, segundo disse, dados que mostram que “há menores de idade que foram recenseados”.