Explosões foram ouvidas em Kyiv nesta quinta-feira, 24, após o Presidente russo, Vladimir Putin, anunciar "operações militares" na região de Donbas, na Ucrânia.
Num discurso nacional por volta das 6 horas locais, ele disse que "tomou a decisão de uma operação militar" na Ucrânia para defender os separatistas no leste do país.
Veja Também Ataque cibernético deita abaixo sites do Governo ucranianoPutin afirmou haver um "genocídio" orquestrado pela Ucrânia no leste do país e citou o pedido de ajuda dos separatistas anunciado na quarta-feira e a “política agressiva da NATO” em relação à Rússia.
Ele dirigiu-se aos soldados ucranianos dizendo-lhes: "Peço-vos que deponham as armas" e assegurou que poderão "sair do campo de batalha sem impedimentos".
Putin reiterou que não quer a "ocupação" da Ucrânia, mas a sua "desmilitarização".
Em seguida, ele disse que todos "que tentarem interferir conosco (...) eles devem saber que a resposta da Rússia será imediata e levará a consequências que vocês nunca experimentaram antes".
"Tenho certeza de que os soldados e oficiais da Rússia cumprirão o seu dever com coragem", sublinhou Putin, que concluiu dizendo que "a segurança do país está garantida".
Biden condena ataque
O Presidente americano Joe Biden condenou o "ataque não provocado e injustificado das forças militares russas”.
“O Presidente Putin escolheu uma guerra premeditada que trará uma perda catastrófica de vidas e sofrimento humano”, disse Biden num comunicado, no qual se lê que “somente a Rússia é responsável pela morte e destruição que este ataque trará, e os Estados Unidos e seus aliados e parceiros responderão de forma unida e decisiva”.
“O mundo responsabilizará a Rússia”, acrescentou o Presidente que nesta quinta-feira vai anunciar “outras consequências” que os EUA e seus aliados planeiam impor à Rússia por “esse acto desnecessário de agressão contra a Ucrânia e a paz e segurança globais”.
Antes do ataque, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, fez um apelo pessoal a Vladimir Putin para não atacar a Ucrânia.
"Presidente Putin, impeça as suas tropas de atacar a Ucrânia, dê uma oportunidade à paz, muitas pessoas já morreram", disse Guterres durante a segunda reunião de emergência do Conselho de Segurança em três dias sobre a crise Rússia-Ucrânia.