Foi a enterrar no passado 22 de Janeiro, no Cemitério da Santa Ana, em Luanda, o músico angolano Manuel Constantino ou simplesmente “Nick”, grande referência da música folclórica.
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Há mais de 10 anos, que o músico clamava por ajuda devido a problemas nos rins, no fígado e na próstata. No dia 16 fechou-se o ciclo de vida de “Nick” no Hospital Josina Machel.
A morte do músico “Nick”, inscreve-se num cortejo de gritante abandono por que passam alguns filhos de uma Angola que também contribuíram com as vozes através da música.
A Ministra da Cultura Rosa Cruz e Silva, endereçou uma mensagem de condolências na qual afirma que o cantor Nick fazia “parte de uma nata de artistas de referência”. O secretário-geral da União Nacional dos Artistas e Compositores (UNAC), Belmiro Carlos, disse que “o país perdeu um grande músico, com características próprias de actuar”.
O músico fez sucesso nos anos 80, ao apresentar-se em palco trajado rigorosamente com missangas e panos. Inicialmente cantava em recintos privados.
Nos anos 80 era gerente de bares e fornecedor de cerveja, que o proporcionava um convívio privilegiado no meio artístico, despertando o interesse entre os fazedores de espectáculos da época. Daí a carreira musical que se seguiu. Os Kiezos e os Jovens do Prenda foram dos primeiros conjuntos com os quais colaborou.
Mas foi no grupo folclórico Kituxi e Seus Acompanhantes onde acabou por juntar o útil ao agradável, levando sucessos a vários palcos nos quatro cantos do mundo, com destaque para as memoráveis actuações na Alemanha e Zimbabwe.
O cantor nasceu a 25 de Setembro de 1953, na Comuna do Limbi na região de Icolo e Bengo, local onde bebeu os primeiros goles da tradição oral, que incorporou em grande parte do seu reportório que interpretava com grande mestria em Kimbundu.