Colombianos rejeitam acordo de paz entre Governo e FARC

Contagem de votos do referendo.

Presidente da República Juan Manuel Santos convocou uma reunião com os partidos políticos para encontrar uma saída.

Os colombianos rejeitaram no domingo, 2, o acordo de paz assinada há duas semanas entre o Governo e os guerrilheiros das FARC, aumentando a incerteza sobre os próximos tempos no país.

O resultado é uma derrota do Presidente Juan Manuel Santos, que apostou a sua reputação no fim da guerra de 52 anos.

Antes do referendo, Santos disse que não tinha um plano B e avisou que a Colombia retornaria à guerra se o voto pelo "não" ganhasse.

Pesquisas apontavam uma vitória confortável do acordo no plebiscito, mas os eleitores colombianos surpreenderam as projecções e a opção "não" acabou vencendo com 50,23 por cento contra 49,76 por cento, com 99,59 por cento das assembleias de voto apuradas.

"Não me renderei. Seguirei buscando a paz até o último dia de meu mandato porque este é o caminho para deixar um país melhor aos nossos filhos", declarou Santos no final da noite de domingo na sede da presidência, a Casa de Nariño, ao lado da equipa do governo que negociou o acordo.

Quase ao mesmo tempo, em Havana, sede das negociações de quase quatro anos, o líder dos guerrilheiros Rodrigo Londoño "Timochenko"afirmou que os rebeldes "mantêm a vontade de paz e reiteram a sua disposição de usar apenas a palavra como arma de construção para o futuro".

Santos, empenhado desde o início em legitimar pelo voto popular o acordo de paz, convocou para esta segunda-feira, 3, uma reunião com todas as forças políticas, "para escutá-las, abrir espaços de diálogo e determinar o caminho a seguir".