Depois da província moçambicana de Nampula ter registado em Dezembro de 2014 casos de diarreias e cólera, esta última alastrou-se agora a Niassa e Tete.
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Segundo informações obtidas junto de fontes oficiais, há 2.477 casos de cólera registados pelas unidades sanitárias das províncias de Tete, com 1.130 casos e 19 óbitos. Nampula tem até agora mais de 900 casos de cólera, enquanto em Niassa os casos ultrapassaram os 300.
As autoridades de saúde em Nampula têm vindo a chamar a atenção, há algum tempo, da população para a melhoria dos cuidados de higiéne individual e colectiva. Com a chuva, que continua a cair com grande intensidade no país, sobretudo em Nampula, o sistema de saneamento do meio está cada vez mais deficiente, o que facilita a rápida proliferação da cólera.
Armindo Tonela, director provincial de saúde, confirma a situação crítica, mas garante que o seu sector está preparado para a enfrentar, pese embora haja insuficiência de recursos humanos.
De salientar que a direcção provincial de saúde e Cruz Vermelha de Moçambique enviaram várias equipes às casas das pessoas com mensagens sobre higiéne. Entretanto, aquelas estruturas lamentam a falta de colaboração da população que acusa as equipas de provocarem a cólera.
Há registos de agressões aos voluntários e lideres comunitários. O secretário de um bairro no distrito de Lalaua foi espancado até à morte pela população.
O surto de cólera em Moçambique teve como epicentro as províncias do norte e do centro de país, atingidas pelas cheias que fustigam o país desde 12 Janeiro, que afectaram mais de 177 mil pessoas e causaram mais de 150 mortos.