O antigo presidente moçambicano Armando Guebuza é citado de forma recorrente pela imprensa do seu país e italiana de estar envolvido num suposto caso de corrupção e tráfico de influências. Segundo o diário italiano Il Fatto Quotidiano, Guebuza terá oferecido à empresa de hidrocarbonetos ENI uma isenção de impostos na venda das suas acções à China National Petroleum Corporation (CNPC) em troca de favores não especificados. O Centro de Integridade Pública pede que a Procuradoria-Geral da República investigue o caso.
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As revelações surgiram na sequência de uma investigação sobre corrupção internacional contra Paolo Scaroni, antigo administrador da petrolífera italiana, levada a cabo pela Procuradoria de Milão. De acordo com gravações telefónicas no poder da Procuradoria italiana, Guebuza terá ainda oferecido um terreno paradisíaco no Bilene, no sul de Moçambique.
Na semana passada, em entrevista à agência Lusa, a investigadora do “thing thank” do Crisis Group, que acompanha a Moçambique, Paula Roque, disse que Maputo estava a repetir os mesmos erros de Angola, com a Frelimo a misturar o partido o Estado na utilização das receitas dos recursos naturais do país.
O Centro de Integridade Pública(CIP) de Moçambique, que observa a transparência da gestão pública, pede que à Procuradoria-Geral da República investigue o caso para ver se há algo de ilícito no negócio.
"Frente a estas denúncias, cabe à Procuradoria Geral da República investigar para saber se há ou não casos de uso indevido dos recursos do povo moçambicano", defende o pesquisador do CIP Baltazar Fael.
Fael teme, no entanto, que a Procuradoria-Geral da República não investigue o caso "por envolver altas personalidades do poder, o que não seria bom nem para o processo de desenvolvimento em curso, nem para a justiça moçambicana".
Refira-se, entretanto, como disse o pesquisador da CIP, não há evidências públicas do envolvimento de Guebuza no caso, daí a necessidade de investigação.