Não é fácil fazer cinema no Sul e colocar os produtos no mercado mundial, mas quando aí chega, "o cinema africano se apresenta com uma força única, cores, sons e identidade própria".
A afirmação é do realizador brasileiro Vicente Ferraz, cuja última produção, "A Estrada 47", aborda a participação de militares brasileiros na Itália, durante a segunda guerra mundial.
"É uma visão humana de jovens que foram lutar na Europa e é uma história distante e desconhecida", explica Ferraz que, com esta obra, ganhou o prémio Kikito de melhor longa-metragem, na 42a. edição do Festival de Gramado de 2014, o principal prémio do cinema brasileiro.
O realizador brasileiro, que recuperou um filme de propaganda do regime cubano 30 anos depois, prepara agora uma nova obra: A guerra do Paraguai.
"Uma guerra desigual dos grandes países da América do Sul contra o pequeno Paraguai e cuja filme tem por base a escravatura, cujas consequências e cicatrizes estão ainda muito marcadas na sociedade brasileira, adianta Vicente Ferraz.
Questionado sobre como fazer cinema no Sul, o realizador reconhece que no Brasil a situação melhorou muito nos últimos tempo, particularmente quando "o Estado passou a fomentar o cinema, assim como acontece em vários países europeus".
Vicente Ferraz considera, no entanto, que continua a ser muito difícil impor o cinema que se faz fora de Hollywood inclusive nas "nossas salas de cinema que são invadidas pelo cinema americano e comercial".
Apesar de não conhecer em profundidade o cinema africano, Ferraz destaca que "quando ele chega, vem com toda a sua força, cores, sons e sua identidade própria".
O realizador brasileiro é o convidado desta edição de Artes & Entretenimento da VOA. Uma conversa com um homem que diz ter visto morrer todas as suas utopias. Ou quase todas porque a sua última utopia "é acreditar no ser humano".
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