O porta-voz dos Serviços Penitenciários de Angola disse em conferência de imprensa na manhã desta sexta-feira no Tribunal Provincial de Luanda que os activistas Luaty Beirão e Domingos da Cruz, não estão em greve de fome.
Menezes Kassoma revelou ter conversado com os detidos ontem à noite no Hospital-Prisão de São Paulo e que nenhum estava em greve de fome.
Entretanto, tanto a esposa de Luaty Beirão, Mónica Almeida, como a de Domingos da Cruz, Esperança Gonga, garantiram à VOA que ambos estão em greve de fome desde ontem.
Além daqueles dois activistas, Albano Bingo Bingo, Nélson Dibango e Mbanza Hamza deram também início à greve de fome na noite de ontem.
Fontes da VOA adiantam que os demais activistas vão falar com os familiares e advogados amanhã, antes de tomar uma decisão definitiva.
“Temos pressa de ser condenados, mesmo sabendo que injustamente", escreveram 14 dos 17 activistas na passada segunda-feira numa carta enviada ao Presidente da República na qual ameaçaram começar uma greve de fome caso todos não fossem ouvidos até hoje pelo tribunal.
A VOA sabe que familiares, amigos e advogados pediram aos activistas para não entrar em greve.
Ontem a esposa de Sedrick de Carvalho disse à VOA que implorou ao marido que não entrasse em greve em nome da filha.
Os advogados manifestam a sua oposição à greve por não considerarem ser boa, neste momento, qualquer pressão sobre o tribunal.
O juiz Januário Domingos José também solicitou à equipa de advogados que apele à calma dos réus, sustentando que o caso não é sumário, mas sim de querela.
Ele lembrou que as audiências são realizadastodos os dias úteis da semana.
Hoje, estava a ser ouvido Osvaldo Caholo, o único militar entre os detidos quando falhou energia no tribunal, obrigando à suspensão do julgamento que vai retomar na próxima segunda-feira.