O Governo são-tomense declarou estado de calamidade pública na ilha do Príncipe e aprovou a entrega de mais de 45 mil dólares para as autoridades fazerem face aos “enormes danos materiais e prejuízos avultados” causados pelo temporal que atingiu a ilha durante todo o dia de ontem, 23.
Desta forma, o Executivo de Jorge Bom Jesus respondeu ao pedido do Governo da Região Autónoma do Príncipe que antes, em comunicado, se referiu a “inundações nunca antes vistas”.
"Várias comunidades ficaram com vias inacessíveis por força da erosão das rochas, como os casos de Bela Vista, Abade e de Aeroporto à Picão via Telelé. Inundação de várias comunidades, da cidade de Santo António e arredores", lê-se na nota do Governo Regional que também activou o Comité de Crise "através de uma equipa multissetorial para apurar os impactos das chuvas e produzir um relatório minucioso sobre as ocorrências".
O rio Papagaio que atravessa a cidade de Santo António, saiu do leito e o mar deixou a baía de Santo António e avançou para dentro da cidade, ao mesmo tempo que, ainda segundo as autoridades regionais, “inúmeras habitações foram invadidas por água, com móveis e eletrodomésticos danificados”.
A nota positiva é que não houve nem vítimas mortais nem feridos.
O Governo central acrescentou, pela voz do ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Wuando Castro, que durante a vigência do estado de calamidade pública, que estará em vigor até 5 de Junho, “todas as acções, de base social, financeira e económica, serão coordenadas por um Comité de Crise, presidido pelo primeiro-ministro e chefe do Governo".
O próprio primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus, vai encabeçar uma delegação que viajará na quinta-feira, 26, à Região Autónoma do Príncipe para visita os "locais mais afectados e realizar uma reunião de trabalho com o Governo Regional, como forma de se definir, em conjunto, as próximas ações a serem concretizadas".
Em Dezembro, chuvas torrenciais provocaram enormes prejuízos na ilha de São Tomé, especialmente no distrito de Lembá, com desabamento de pontes, obstrução de vias, destruição de residências entre outros bens móveis e imóveis.