Chissano defende diálogo sem intimidação sobre projecto de autarquias

Joaquim Chissano, ex-presidente de Moçambique

Renamo promete voltar a apresentar a proposta à Assembleia da República.

O antigo chefe de Estado moçambicano Joaquim Chissano reafirmou nesta segunda-feira, 29, que a exigência da Renamo, principal partido de oposição, para a criação autarquias provinciais deve ser analisada com ponderação e não sob o efeito do medo ou da intimidação. O partido de Afonso Dhlakama reitera que vai apresentar uma nova proposta.

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Chissano: Debate sobre regiões autónomas não deve estar submetido à intimidação

O projecto das autarquias provinciais proposto pela Renamo e que foi chumbado pelo Parlamento continua a suscitar um aceso debate entre os moçambicanos.

O maior partido da oposição afirmou, no final do seu recente Conselho Nacional, que irá assumir à força a governação das provincias onde alcançou a maioria de votos nas últimas eleições.

Joaquim Chissano, antigo presidente de Moçambique, é contrário a esta pretensão e aponta como solução o diálogo entre os políticos e a sociedade civil.

"Não há alternativa ao diálogo, a alternativa ao diálogo é o próprio diálogo, portanto tem que se conseguir um consenso para se ultrapassar, já houve concessões feitas e ambas as partes devem continuar com as concessões possíveis desde que estejam dentro do quadro jurídico nacional e que saibam contemporizar, para cada coisa tenha o seu tempo e incorra no seu lugar, como diz a Bíblia. Não deve haver precipitações", advertiu Chissano.

Por seu lado, a Renamo está já a trabalhar no sentido de reformular a proposta de Lei sobre a Autarquias Provinciais, como reiterou o seu porta-voz António Muchanga, sem avançar detalhes.

"Vamos avançar e daqui a pouco iremos submeter a nova proposta à Assembleia da República", disse Muchanga.

Com o projecto de lei das Autarquias Provinciais, a Renamo pretende governar em seis das 11 províncias moçambicanas, do centro e norte do país, por ter vencido em cinco, nas eleições gerais de 15 de Outubro de 2014, e supostamente a pedido das comunidades.