China manifesta “sérias preocupações” após reunião com o Secretário do Tesouro dos EUA

  • AFP

He Lifeng. Fotografia de arquivo

O enviado comercial da China, He Lifeng, expressou “sérias preocupações” na sexta-feira, 21, sobre a decisão do Presidente Donald Trump de impôr novas tarifas sobre as importações da China, durante uma reunião com o Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent.

He Lifeng “expressou as suas sérias preocupações sobre as recentes medidas restritivas, como o aumento das tarifas, impostas à China pelos Estados Unidos”, de acordo com a televisão estatal chinesa CCTV.

Desde o início do seu segundo mandato, no final de janeiro, o Presidente dos EUA fez dos direitos aduaneiros o principal instrumento da sua política para reduzir o elevado défice comercial americano.

No início de fevereiro, impôs direitos aduaneiros adicionais de 10% sobre todos os produtos importados da China, o país com o maior excedente comercial de bens com os Estados Unidos (295,4 mil milhões de dólares em 2024, de acordo com o Gabinete de Análise Económica, que reporta ao Departamento do Comércio dos EUA).

Mas na quarta-feira, o Presidente dos Estados Unidos afirmou que um acordo comercial com a China era “possível”.

As duas partes “trocaram pontos de vista aprofundados sobre questões económicas importantes entre a China e os Estados Unidos no que diz respeito à implementação de um consenso” que poderia ser alcançado entre os dois países, disse a CCTV na sexta-feira.

De acordo com o canal de televisão, He Lifeng e Scott Bessent “reconheceram a importância das relações económicas e comerciais entre a China e os Estados Unidos e concordaram em continuar a manter a comunicação sobre questões de interesse mútuo”.

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A chamada foi efectuada a pedido de Bessent, segundo a CCTV.

Questionado na quinta-feira sobre os comentários de Donald Trump, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, apelou à redução das tensões.

“As guerras comerciais e alfandegárias não produzem vencedores e só prejudicam os interesses das pessoas em todo o mundo”, disse aos jornalistas. “Ambas as partes devem resolver os seus problemas respectivos através do diálogo e da consulta, com base na igualdade e no respeito mútuos.”

Em resposta à medida americana, Pequim introduziu direitos aduaneiros de 15% sobre o carvão e o gás natural liquefeito (GNL) e de 10% sobre o petróleo e outros produtos americanos (maquinaria agrícola, veículos, etc.), embora estas medidas sejam muito menores em proporção.