China denuncia acusações 'irresponsáveis' de Trump contra Pequim sobre Coreia do Norte

A China considerou, neste Sábado 25 de Agosto, de "irresponsáveis" as declarações do Presidente americano, Donald Trump, que justificou o cancelamento da viagem à Coreia do Norte de seu secretário de Estado Mike Pompeo pela falta de cooperação de Pequim na desnuclearização de Pyongyang.

"As declarações americanas não correspondem à realidade e são irresponsáveis. Estamos muito preocupados e protestamos solenemente perante os Estados Unidos", declarou Lu Kang, porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, em comunicado.

Donald Trump manifestou a 24 de Agosto, pela primeira vez desde a cúpula histórica em Junho com o líder norte-coreano Kim Jong Un, a sua frustração com a falta de progresso na desnuclearização, culpando Pequim pelo impasse, num contexto de guerra comercial entre os dois países.

"Por causa de nossa posição muito mais dura sobre o comércio em relação à China, acho que os chineses não estão a ajudar no processo de desnuclearização como fizeram antes [apesar da existência de sanções da ONU]", escreveu Trump no Twitter.

Neste contexto, o Presidente americano pediu a Mike Pompeo para "não ir à Coreia do Norte neste momento". O secretário de Estado havia anunciado na Quinta-feira que viajaria pela quarta vez a Pyongyang na próxima semana.

Pequim e Washington tentam reabrir o diálogo sobre seu conflito comercial. Mas acabam de adoptar novas tarifas sobre bilhões de dólares em mercadorias.

"Todos os envolvidos [no dossier nuclear norte-coreano] devem seguir o caminho do acordo político, manter contactos activos, negociar e levar em conta as preocupações legítimas um do outro", disse o porta-voz chinês Lu Kang.

Após a histórica cimeira do dia 12 de Junho com Kim Jong Un em Singapura, Trump mostrou-se optimista e gabou-se da sua excelente relação pessoal com seu colega norte-coreano.

Mas apesar disso, a Agência Internacional de Energia Atômica, vinculada à ONU, informou recentemente que não tinha nenhuma prova de que as actividades nucleares norte-coreanas tinham cessado.