O Presidente moçambicano Filipe Nyusi e a ministra dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Verónica Macamo receberam nesta sexta-feira, 26, em Maputo, o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, que num périplo por vários países africanos pretende contrariar o que chamou de "investimento russo em desinformação".
Esta é a segunda visita de Kuleba a Maputo, cujo Governo, bem como a maioria dos demais no continente, mantém-se neutrais face à guerra.
Em declarações a jornalistas antes de deixar a capital moçambicana, o chefe da diplomacia ucraniana afirmou saber “o quanto a Rússia investe em espalhar propaganda e desinformação em África e que ele pretende contar a história verdadeira".
Questionado sobre o facto de vários países terem optado pela abstenção nas resoluções da ONU que condenaram a invasão da Ucrânia pela Rússia, alegadamente neutralidade no conflito, ele disse, que a neutralidade pode ter diferentes formas, e hoje senti uma forte simpatia e apoio - que não é neutral, é favorável à Ucrânia -, mas também recebi explicações sobre o porquê de Moçambique se abster no voto, expressando neutralidade".
Ainda na conversa com os jornalistas, Dmytro Kuleba acrescentou que a neutralidade não dá uma melhor posição para mediar" o conflito e considerou “que os papeis são muito diferentes porque há "um agressor que ataca e uma vítima que se defende".
Ontem, o chefe da diplomacia da Ucrânia apelou aos líderes africanos, num discurso em Addis Abeba, a abandonarem a neutralidade face ao conflito e pediu que eles apoiem "o Plano de paz de dez pontos" proposto em dezembro pelo Presidente Volodymyr Zelensky.
A nível bilateral, Maputo e Kyiv acordaram realizar um fórum de negócios, enquanto a Ucrânia vai abrir uma embaixada em Moçambique.