Mudanças governamentais de João Lourenço recebidas com ceticismo

João Lourenço, Presidente angolano

As recentes mexidas no elenco governamental e nos departamentos de segurança de Angola foram recebidas com ceticismo por alguns analistas angolanos que duvidam que venham a resultar em mudanças de impacto na vida real dos cidadãos.

Para o jornalista e investigador, dono do portal de investigação Maka Angola, Rafael Marques as mexidas em si não são relevantes.

Marques diz que estas exonerações e nomeações só revelam uma falta de plano para o país e para os angolanos.
"A questão que todos colocam por palavras diferentes é saber qual é plano, entra um sai outro mas qual
é o plano?”, interrogou.

“Continuamos a assistir exonerações, nomeações, remodelações isto revela básicamente a falta de uma ideia clara
do que se pretende, para melhorar a vida dos angolanos, porque é que o presidente da república estará a fazer isto? Nós não
sabemos, estamos todos confusos", disse

Na mesma linha de pensamento está outro investigador, Aleixo Sobrinho, pelo Instituto para Democracia e Desenvolvimento que lembrou que “desde que João Lourenço assumiu o poder não sabemos quantas exonerações e nomeações já fez e não acerta”.

“Ele tem o poder de escolher quem ele quer mas nós o povo queremos resultados, são estes resultados que não aparecem, penso faltar um plano estratégico pensando no bem comum (o que) nunca existiu", afirmou.

O advogado advogado e antigo militar das FAPLAS Sergio Raimundo disse por seu turno que “por causa do tempo de guerra e a herança desta guerra, em Angola um ministro não militar não terá capacidade para conduzir as forças do ministério do Interior num eventual levantamento popular”.

Para Sérgio Raimundo o presidenet “está numa situação de desespero de causa”.

“Ele desconfia de todos principalmente aqueles com algum capital político e militar próprio no activo ou não mas que são grandes referências para as Forças de Segurança, com
receio de que este poderá num eventual levantamento popular se juntar ao povo ao invés de estar ao lado dele”, disse.