Centenas de cabo-verdianos vão às ruas dizer "como estamos não podemos continuar"

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Manifestação da sociedade civil contra o estado das coisas em Cabo Verde, Praia, 19 Agosto 2022

Centenas de cabo-verdianos foram às ruas nesta sexta-feira, 19, na cidade da Praia manifestarem o seu desagrado pela situação no país, em resposta a um pedido da Rede de Associações Comunitárias e Movimentos Sociais da Praia (RACMS).

“Sima nu sta nu ka podi fica”, que significa em português “Como estamos não podemos continuar”, foi o gritoi de pouco mais de cinco centenas de pessoas que deram voz ao seu desagrado com o “estado da nação que não é o que os cabo-verdianos merecem”, como dizia um dos slogans.

Entre os muitos problemas elencados, os manifestantes destacaram a falta de transportes, deficiente situação sanitária, alto nível de desemprego e a discrepância salarial entre os membros do Governo e altos dirigentes da Administração Pública e as classes mais baixas, entre muitos outros.

Manifestação da sociedade em civil contra a situação do país, Praia, Cabo Verde, 19 Agosto 2022

O porta-voz da RACMS disse à imprensa que foi uma manifestação da sociedade civil que está descontente com a situação do país, sem qualquer tipo de partidarização, e cuja missão foi “chamar a atenção” das autoridades.

Bernardino Gomçalves afirmou que “a situação é cada vez mais insustentável para os cidadãos, sobretudo aqueles que dispõem de escassos recursos financeiros” e, a cada vez mais, pede-se aos cidadãos contenções e exigências, o que infelizmente “não tem correspondência nas decisões e nos actos de gestão”.

Ante a fraca adesão das pessoas, aquele activista lamentou que não haja uma verdadeira consciência da democracia em Cabo Verde, cuja socidedade é “politicamente fraca” e destacou que “as pessoas sabem que podem ter consequências mas, mesmo assim.

Tanto participantes como muitos interanautras estranharam a pesado aparato policial, que para muitos nunca foi vista no país.

O cordão policial não permitiu, por exemplo, aos manifestantes aproximarem-se do Palácio do Governo e da Assembleia Nacional.