O presidente da Nigéria, Bola Ahmed Tinubu, eleito novo presidente a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), afirmou "vamos levar a democracia a sério, a democracia é muito dura, mas é a forma de governo."
No seu discurso com que encerrou a cimeira, Tinubu disse que não vão ser tolerados mais golpes de Estado na África Ocidental, os soldados estão para defender a soberania dos seus países e defender as autoridades civis.
Por outro lado, apelou também aos países membros da organização acçōes contra o terrorismo, uma ameaça à paz naquela região africana.
Antes no discurso de abertura da cimeira em Bissau, o Presidente cessante da CEDEAO, Umaro Sissoco Embaló, defendeu a criação de meios financeiros para a operacionalização da Força de Alerta Rápida da organização no combate ao terrorismo e às mudanças anticonstitucionais.
“Gostaria de relembrar o quão é importante e urgente encararmos outras formas de mobilização de meios financeiros a nível de cada Estado membro, e junto dos parceiros estratégicos de modo a operacionalizar o nosso Plano de Ação de luta contra o terrorismo (2020-2024), e criar condições necessárias à operacionalização da Força de Intervenção da CEDEAO no combate ao terrorismo e às mudanças anticonstitucionais de Governo”, afirmou.
Veja Também Presidência da CEDEAO: Da falta de mais resultados à projecção da Guiné-Bissau e de Sissoco EmbalóSissoco Embaló afirma que “face aos desafios multiformes e imprevisíveis”, consagrou muito tempo e toda a sua energia para defender os interesses dos Estados Membros da CEDEAO, “através de diversas iniciativas e esforços diplomáticos levados a cabo com a valiosa contribuição dos mediadores e enviados especiais junto de instituições e parceiros estratégicos, de modo a reforçar a arquitetura da paz e da segurança humana da nossa Sub-região”.
No termo do seu mandato, e em alusão aos contextos políticos na Guiné Conacri, no Mali e no Burkina Faso, o Presidente cessante expressou "sinceras palavras de agradecimento à Comissão e às outras instituições da CEDEAO, aos digníssimos mediadores nas diferentes crises políticas, pela forma como têm acompanhado os processos de transição politica, organização e seguimento dos processos eleitorais regulares, garantindo a implementação dos dispositivos e mecanismos legais que regem o regular funcionamento das instituições democráticas no seio da CEDEAO”.
Ainda sobre a situação nesses três países, que se encontram suspensos da organização, Sissoco Embaló afirmou que "o retorno à normalidade constitucional nestes três países irmãos é uma necessidade imperativa, para a estabilidade política e a promoção do Estado de Direito democrático e do bem-estar dos povos da nossa comunidade sub-regional”.
Em jeito de balanço do seu mandato, o Presidente considerou que "foi uma responsabilidade que encaramos com serenidade, determinação e vontade de querer fazer", mas concluiu que "apesar das dificuldades, temos que nos orgulhar do trabalho desenvolvido ao longo deste intenso período”.
Veja Também Presidência da CEDEAO: "Coroada de êxitos", mas Sissoco Embaló não se recandidata, diz Suzi BarbosaDurante o dia, os Chefes de Estado e de Governo analisaram os relatórios da organização (provisório), da 50ª reunião ordinária do Conselho de Mediação e Segurança, do Programa de Moeda Única da CEDEAO e do presidente do Grupo de Trabalho Presidencial sobre os obstáculos à Livre Circulação de Mercadorias no corredor Abidjan-Lagos.
No final, será eleito o Presidente da CEDEAO para o próximo ano e, em consequência, o país eleitora acolherá a próxima cimeira.
Umaro Sissoco Embaló termina assim o seu mandato de um ano à frente da Conferência dos Chefes de Estado e do Governo da CEDEAO, “um marco importante para a imagem externa da Guiné-Bissau”, segundo analistas políticos em Bissau.