A Comunidade Economica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), anunciou neste sábado, 24, o levantamento de algumas das sanções impostas ao Níger após o golpe militar do ano passado.
Uma zona de exclusão aérea, o encerramento de fronteiras e o congelamento de bens estão entre as medidas que foram suspensas "com efeito imediato" por "razões humanitárias", anunciou o presidente da Comissão da CEDEAO, Omar Alieu Touray, após uma cimeira de emergência de chefes de Estado em Abuja, realizada hoje.
O presidente do Níger, Mohamed Bazoum, foi deposto num golpe militar em julho passado, o que levou a CEDEAO a suspender o comércio com o país e a impor sanções duras.
Mas o alerta da organização sobre a intervenção militar fracassou, com poucos sinais de que Bazoum – ainda preso no palácio presidencial em Niamey – esteja próximo de ser libertado.
No entanto, Touray apelou à “libertação imediata” de Bazoum na cimeira realizada na capital da Nigéria.
O presidente da Comissão da CEDEAO afirmou ainda que entre as sanções a serem levantadas incluíam o congelamento dos ativos do Níger nos bancos centrais da CEDEAO e a suspensão das transacções financeiras entre os Estados da CEDEAO e o Níger.
Mas Touray disse à AFP que "as sanções individuais, bem como as sanções políticas, permanecem em vigor no Níger... (e) noutros países, as sanções políticas permanecem".
Na cimeira, o Presidente da Nigéria, Bola Ahmed Tinubu, instou os líderes preocupados da África Ocidental a repensarem a sua estratégia em relação aos Estados da região atingidos pelo golpe no início da cimeira.
Após os recentes golpes de estado no Mali, Burkina Faso, Níger e Guiné, Tinubu - que também é chefe da CEDEAO - disse "devemos reexaminar a nossa abordagem actual à busca da ordem constitucional em quatro dos nossos estados membros".
Os quatro foram suspensos da organização e não estiveram representados na cimeira.
O Mali, o Burkina Faso e o Níger declararam a sua intenção de se retirarem permanentemente da organização em janeiro, mas a CEDEAO apelou ao seu regresso.
Tinubu exortou-os a "reconsiderar a decisão" e disse que "não deveriam considerar a nossa organização como inimiga".
C/AFP